A greve que parou o Brasil

Há mais de dez dias o que se escuta e lê é a respeito da paralisação, seja de caminhoneiros, de petroleiros, de motoboys, de vans e até mesmo de universidades. O Brasil parou? Não, o país continuou.

O impacto das paralisações recentes no Brasil

As empresas continuaram prestando seus serviços, as indústrias – que conseguiram insumos – continuaram a produzir.

Nesses dias de paralisação o diferencial se fez para as empresas que investem em planejamento. Planejar seu estoque, suas vendas, suas compras e suas equipes; para quando esse “caos” passar, ainda possuir sobrevida.

Sobrevida? Sim! Sobrevida. Nesses primeiros dez dias de paralisação dos caminhoneiros, a economia que vinha se equilibrando e existia a meta de encerrar o ano positivo – em termos de crescimento econômico, estagnou.

Nesse momento, as contas para os empresários é negativa – em todos os setores da economia.

O peso das decisões governamentais

As consequências da intolerância com a forma com que o governo conduz o país está presente em vários segmentos da sociedade.

Essa paralisação demonstra o descaso do governo com um dos segmentos mais estratégicos para o país, afinal de contas, o Brasil é um país sobre rodas e sofre as consequências da infraestrutura precária e de uma política de transporte arcaica, ineficiente e por demais onerosa para várias cadeias de negócio.

Não dar “ouvidos” ao clamor deste segmento é, na verdade, sinônimo de desconsideração com os impactos na já combalida economia do país, demonstrando claramente que não vamos nos recuperar tão cedo.

O impacto econômico das paralisações no setor privado

Hoje qual é o cenário que temos: hoje as cooperativas do Estado do Paraná passam a retomar as atividades pouco a pouco. Comércio reduziu em 80% as vendas. Indústrias decretando férias coletivas para os funcionários de produção. Estoque das Indústrias acima do normal, por não poder escoar a produção.

Combustível sendo escoltado até os postos. Supermercados apresentando baixa de estoque. Prejuízo na casa dos bilhões. Redução na arrecadação de impostos, muito acima do normal. E para quem sobrará tudo isso? Para nós, empresários e trabalhadores.

Reflexos no PIB e previsões de crescimento

Depois de todos esses dias, com as estradas paradas, cerceando o direito de ir e vir, cargas sendo perdidas, temos a notícia de um fraco crescimento do PIB do Brasil nesse primeiro trimestre, crescendo apenas 0,4%. A previsão de crescimento para o ano era de 3%, no entanto, algumas empresas já dão o ano perdido, devido às perdas financeiras desses apenas 10 dias.

Não nego que os caminhoneiros pertencem a um segmento que sofre a cada dia com a falta de habilidade do governo para lidar com situações como a desoneração da folha de pagamento, a tão desejada revisão tributária, a isenção das abusivas tarifas de pedágio pelo país afora e a falta de investimentos, só deixa claro que continuaremos a ter um setor de transporte muito aquém das necessidades.

Infelizmente, estamos sofrendo o reflexo de políticas que não funcionam há muito tempo.

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